"Zé da Margalha", o homem que fez segurança a Salgueiro Maia no 25 de Abril de 1974

  • Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia
  • 24 abr., 2025
"Onde estavas no 25 de Abril de 1974?", eis uma pergunta que por esta época é recorrente.

Hoje, quando faltam poucas horas para as comemorações dos 51 anos de abril, José Joaquim Ratos Lucas, nascido no dia 17 de outubro de 1952 na Chança (Alter do Chão), pode responder: no Terreiro do Paço, onde chegou primeiro que o capitão Salgueiro Maia.

O "Zé da Margalha", como é conhecido e gosta de ser tratado, não nasceu no nosso concelho mas aqui chegou com 17 anos, para trabalhar para a dona Valentina Pequito Rebelo Raposo na propriedade das Cujancas e depois também na Margalha. Para onde trouxe toda a sua família. O seu pai era também pastor, o que não o afastava de outros trabalhos agrícolas.

Foi da Margalha que o Zé saiu para o serviço militar, em outubro de 1973, a poucos meses da Revolução. Passou pelo quartel de Elvas e depois pelo dos Caçadores 1 de Portalegre, estacionando no BC 8, junto ao Palácio de Belém. Por ter um número mecanográfico alto, não foi para para o ultramar.

Eram 5.30 horas do dia 25 de Abril de 1974 quando foi acordado, com ordens para seguir com os seus camaradas para o Terreiro do Paço. "Não sabíamos o que se passava", conta. 

No Terreiro do Paço, ficam a saber que está a chegar também uma coluna da Escola Prática de Cavalaria, vinda de Santarém, sob o comando de Salgueiro Maia. Mas essas coluna só chega em força às 11.30 horas.

Até lá, o Terreiro do Paço está envolvo em nevoeiro mas dá para perceber as movimentações ameaçadoras de uma fragata ao largo do Tejo. Era a fragata "Gago Coutinho", com ordens para disparar para o Terreiro do Paço, onde estavam as forças militares revolucionárias. Mas isso o Zé e os seus camaradas não sabiam, apenas tinham a suspeito de que a presença do vaso de guerra era uma ameaça.

"Não estava fácil, apenas nos diziam que o que estava a acontecer era bom para o Zé Soldado, melhor alimentação, melhores condições", recupera o nosso entrevistado as palavras que iam sendo ditas pelos oficiais. Mas os soldados, acrescenta, não punham muita fé na vitória do golpe de estado. "Quando ali chegamos apenas dissemos que estávamos ali pelo Spínola e pela Escola Prática de Cavalaria", diz quem se recorda de um tenente-coronel que correu para a casa de banho subterrânea do Terreiro do Paço e nunca mais foi visto.

Zé da Margalha recorda também o momento emotivo que ocorreu quando uma coluna surgiu junto "à quina dos ministérios" e um tenente-coronel se dirigiu aos seus comandados com estas palavras: "Se eu vos mandar disparar, vocês disparam?" Tendo recebido esta resposta: "Saiba vossa excelência que não vamos disparar sobre camaradas". Posto que o oficial despiu a gabardina, mandou-a para cima de um muro e enquanto chorava disse: "Não ando a lidar com homens, ando a lidar com cobardes". E entregou-se, não sem antes esvarziar com tiros para o ar o carregador da HK21.

Pouco depois, o nosso Zé e mais três camaradas foram convocados para escoltar Salgueiro Maia até ao Largo do Carmo, onde estava o então chefe do governo, Marcelo Caetano. Seguem num panhard, um veículo blindado com uma metralhadora ligeira. "O Salgueiro Maia disse-nos para fazer segurança ao veículo e entrou sozinho "desse para onde desse".

O panhard voltou ao Terreiro do Paço enquanto Salgueiro Maia negociava a rendição de Marcelo Caetano. O Zé seguiu com outros camaradas para a Penha de França, para o quartel dos legionários. O casaco que tem vestido na foto deste texto - uma foto que adquiriu mais tarde na feira da Ladra - é dos legionários. O Zé é o primeiro desde a esquerda, na fila da frente, com casaco dos legionários e cravo na lapela.

"Comemos nos legionários e só depois de dizermos que não queríamos massa com esparguete. Serviram-nos bacalhau com grão. O ambiente já era mais descontraído e o povo já estava a sair à rua. Ofereceram-nos muitas coisas. Olhe, trouxe para o meu pai, para a Margalha, cento e tal maços de tabaco", conta, emocionado, quem viveu o primeiro dia da Liberdade por dentro dos principais acontecimentos.

Hoje, o José Joaquim vive pacatamente na Comenda, terra da sua mulher, Maria da Luz.


Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 9 de junho de 2025
No passado dia 6 de junho, a União das Freguesias de Gavião e Atalaia promoveu mais um passeio dedicado aos seus seniores que contou com uma forte adesão: mais de duas centenas de residentes no nosso território com mais de 60 anos disseram "presente".

O passeio deste ano teve como destino as grutas de Mira de Aires e também o santuário de Fátima. O almoço decorreu também em Fátima, na Quinta Dom Nuno, com grande animação durante toda a tarde, sob a batuta de Marco Morgado .

A partir do almoço e até ao fim da festa, os seniores da União das Freguesias de Gavião e Atalaia estiveram ao lado dos seniores da freguesia de Belver.

Germano Porfírio, presidente da União das Freguesias de Gavião e Atalaia, destacou a importância destes momentos e sublinhou o esforço da autarquia que dirige no sentido de proporcionar um passeio e uma festa sem falhas e com nível elevado.

António Severino, vice-presidente da Câmara Municipal de Gavião, acompanhou os nossos seniores do primeiro ao último momento desta jornada que nos levou até à serra dos Candeeiros.

Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 4 de junho de 2025
Com a presença de 60 equipas, o Centro Recreativo e Cultural do Cadafaz foi anfitrião da sexta prova do Torneio Concelhio de Malha 2025, um torneio com 25 etapas.

A prova contou com o apoio mais uma vez da União das Freguesias de Gavião e Atalaia e contou com a presença de António Severino, vice presidente da Câmara Municipal de Gavião.

José Morais e Ricardo Bento, da Associação de Caça e Pesca da Freguesia de Gavião, conquistaram a competição masculina enquanto Afonso e Sónia Santos, representado a Associação Valoarquense, venceram a competição feminina (categoria onde o Afonso, pela sua idade, ainda pode competir).

Um almoço de carne de alguidar fechou em beleza uma prova que contou com uma grande mesa de prémios.

Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 4 de junho de 2025
O Centro Cultural e Recreativo do Cadafaz pretendia dotar de outras condições o recinto para o jogo da malha que costuma usar, junto à sua sede. A União das Freguesias de Gavião e Atalaia , atenta a esse desiderato, proocedeu, por isso à construção de uma estrutura de apoio que já foi testada, com sucesso, numa recente prova do Torneio Concelhio da Malha.

Usando recursos próprios e mão de obra da sua responsabilidade, a União de Freguesias fez uma extensa cobertura e construiu bancas sob a mesma, permitindo, desta forma, uma zona de sombreamento muito generosa e também da proteção da chuva.

Com isto, o recinto onde se encontra também o forno comunitário ganhou uma nova valência. O objetivo passa sempre por conservar e melhorar o património e as estruturas que servem as associações do nosso território.


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