Procissão dos Passos marcou Semana Santa de Gavião

  • Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia
  • 20 abr., 2025

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Mais de duas centenas de pessoas participaram este domingo na procissão dos Passos, um dos momentos marcantes das celebrações da Semana Santa em Gavião.

A procissão já centenária na nossa vila contou com a participação da Banda Juvenil do Município de Gavião e percorreu grandes parte das ruas do casco histórico com muitas janelas e varandas a exibirem colchas com as cores alusivas à celebração.

Com as ruas enfeitadas de flores e os diversas estações da Paixão de Cristo muito bonitas, a procissão juntou também várias gerações, contando ainda com a participação do vice-presidente da Câmara António Severino, que ajudou a carregar o andor de Nossa Senhora das Dores que saiu da Capela do Calvário. Presença marcante foi também a da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Gavião.


Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 24 de abril de 2025
"Onde estavas no 25 de Abril de 1974?", eis uma pergunta que por esta época é recorrente.

Hoje, quando faltam poucas horas para as comemorações dos 51 anos de abri l, José Joaquim Ratos Lucas, nascido no dia 17 de outubro de 1952 na Chança (Alter do Chão), pode responder: no Terreiro do Paço, onde chegou primeiro que o capitão Salgueiro Maia.

O "Zé da Margalha", como é conhecido e gosta de ser tratado, não nasceu no nosso concelho mas aqui chegou com 17 anos, para trabalhar para a dona Valentina Pequito Rebelo Raposo na propriedade das Cujancas e depois também na Margalha. Para onde trouxe toda a sua família. O seu pai era também pastor, o que não o afastava de outros trabalhos agrícolas.

Foi da Margalha que o Zé saiu para o serviço militar, em outubro de 1973, a poucos meses da Revolução. Passou pelo quartel de Elvas e depois pelo dos Caçadores 1 de Portalegre, estacionando no BC 8, junto ao Palácio de Belém. Por ter um número mecanográfico alto, não foi para para o ultramar.

Eram 5.30 horas do dia 25 de Abril de 1974 quando foi acordado, com ordens para seguir com os seus camaradas para o Terreiro do Paço. "Não sabíamos o que se passava", conta. 

No Terreiro do Paço, ficam a saber que está a chegar também uma coluna da Escola Prática de Cavalaria, vinda de Santarém, sob o comando de Salgueiro Maia. Mas essas coluna só chega em força às 11.30 horas.

Até lá, o Terreiro do Paço está envolvo em nevoeiro mas dá para perceber as movimentações ameaçadoras de uma fragata ao largo do Tejo. Era a fragata "Gago Coutinho" , com ordens para disparar para o Terreiro do Paço, onde estavam as forças militares revolucionárias. Mas isso o Zé e os seus camaradas não sabiam, apenas tinham a suspeito de que a presença do vaso de guerra era uma ameaça.

"Não estava fácil, apenas nos diziam que o que estava a acontecer era bom para o Zé Soldado, melhor alimentação, melhores condições", recupera o nosso entrevistado as palavras que iam sendo ditas pelos oficiais. Mas os soldados, acrescenta, não punham muita fé na vitória do golpe de estado. "Quando ali chegamos apenas dissemos que estávamos ali pelo Spínola e pela Escola Prática de Cavalaria", diz quem se recorda de um tenente-coronel que correu para a casa de banho subterrânea do Terreiro do Paço e nunca mais foi visto.

Zé da Margalha recorda também o momento emotivo que ocorreu quando uma coluna surgiu junto "à quina dos ministérios" e um tenente-coronel se dirigiu aos seus comandados com estas palavras: "Se eu vos mandar disparar, vocês disparam?" Tendo recebido esta resposta: "Saiba vossa excelência que não vamos disparar sobre camaradas". Posto que o oficial despiu a gabardina, mandou-a para cima de um muro e enquanto chorava disse: "Não ando a lidar com homens, ando a lidar com cobardes". E entregou-se, não sem antes esvarziar com tiros para o ar o carregador da HK21.

Pouco depois, o nosso Zé e mais três camaradas foram convocados para escoltar Salgueiro Maia até ao Largo do Carmo , onde estava o então chefe do governo, Marcelo Caetano. Seguem num panhard , um veículo blindado com uma metralhadora ligeira. "O Salgueiro Maia disse-nos para fazer segurança ao veículo e entrou sozinho "desse para onde desse".

O panhard voltou ao Terreiro do Paço enquanto Salgueiro Maia negociava a rendição de Marcelo Caetano. O Zé seguiu com outros camaradas para a Penha de França, para o quartel dos legionários. O casaco que tem vestido na foto deste texto - uma foto que adquiriu mais tarde na feira da Ladra - é dos legionários. O Zé é o primeiro desde a esquerda, na fila da frente, com casaco dos legionários e cravo na lapela.

"Comemos nos legionários e só depois de dizermos que não queríamos massa com esparguete. Serviram-nos bacalhau com grão. O ambiente já era mais descontraído e o povo já estava a sair à rua. Ofereceram-nos muitas coisas. Olhe, trouxe para o meu pai, para a Margalha, cento e tal maços de tabaco", conta, emocionado, quem viveu o primeiro dia da Liberdade por dentro dos principais acontecimentos.

Hoje, o José Joaquim vive pacatamente na Comenda, terra da sua mulher, Maria da Luz.


Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 20 de abril de 2025
Com 150 velas a iluminarem o percurso entre a Capela do Calvário e a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, a comunidade católica de Gavião cumpriu, na noite de Sexta-Feira Santa, uma velha tradição religiosa: a Procissão do Enterro do Senhor.

Uma procissão presidida mais uma vez pela padre Cristiano Pedro e que contou com a presenças de largas dezenas de crentes, numa noite em que a primavera era apenas uma marca do calendário.

Cortejo religioso e penitencial, este momento da Semana Santa convida à contemplação interior e à partilha colectiva do mistério da Paixão. À luz de archotes ou velas, esta procissão simboliza o cortejo fúnebre para a sepultura de Jesus, sendo celebrada em todo o país.

Por União das Freguesias de Gavião e Atalaia 16 de abril de 2025
A Brigada Mecanizada do Exército Português escolheu a vila de Gavião para assinalar o seu 47.º aniversário , com uma série de iniciativas que durante quatro dias animaram a população e contribuíram para um melhor conhecimento do equipamento e da missão da BrigMec.

Estacionada no campo militar de Santa Margarida , a BrigMec é comandada pelo Brigadeiro-General Afonso Calmeiro  ( natural de Freixial do Campo, Castelo Branco ) e tem por missão principal  garantir que num teatro de operações se assegura o empenhamento sustentado de uma força de escalão Brigada, orientada prioritariamente para situações que requeiram meios pesados.

O primeiro dia da exposição estática foi dedicada aos mais jovens da população escolar e foi extraordinária a forma como as crianças gavionenses foram recebidas pelos nossos militares, tendo a possibilidade de conhecer, por exemplo, os carros de combate. Também lhes foi proporcionada uma experiência numa parede de escalada.

O carro de combate Leopard foi a estrela da exposição estática no Jardim do Cruzeiro, onde estiveram também expostos lança-mísseis, equipamento de transmissões e armamento portátil das forças da BrigMec. Mas também foi mostrado o trabalho que é feito na grande extensão do campo militar nas culturas do mel e da azeitona , de que resulta uma produção considerável e de qualidade.

Para além da exposição estática, a BrigMec proporcionou um espetáculo equestre levado a cabo pela Reprise do Exército e ainda um outro espetáculo da Orquestra Ligeira do Exército que lotou o Cine Teatro Francisco Ventura. A equipa cinotécnica também se deslocou a Gavião, para demonstrações que decorreram no ringue desportivo.

Do programa constrou também uma conferência a apresentação na Incubadora de Empresas de Gavião da revista "Atoleiros" e uma conferência do Tenente-Coronel de Infantaria Carlos Dias Afonso subordinada ao tema "O território de Gavião: da Ordem do Hospital à Mística Militar da Brigada Mecanizada".

Para assinalar estes momentos, no jardim da Casa das Artes foi colocada uma peça artística que sublinha este momento da Brigada Mecanizada vivido na vila de Gavião.

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