Um território cheio de memórias nos seus lugares
União das Freguesias de Gavião e Atalaia • 15 de abril de 2024
Viagem pela toponímia

A toponímia dá-nos sempre muita informação sobre o passado e hoje aqui propomos uma simples viagem pela mais recente carta militar na área compreendida entre a vila de Gavião
e a Atalaia
, entre o traçado da Nacional 118 e o Tejo.
Logo a nascente da vila sede surge-nos a Quinta do Carvalhal
e no caminho para o grande Tejo, à cota de 250 metros, abaixo dos 287 metros de altitude máxima do marco geodésico da vila, temos a Quinta da Couca
(ou Quinta da Côca, como surge gravado num azulejo no local) junto ao Caminho Velho
. Descendo para o rio pela estrada nacional de ligação à ponte, do lado direito, antes das curvas e contra curvas, abre-se o Vale da Salgueira
. A montante do rio e a norte deste vale, eis o Vale da Marinha, encaixado no terreno que 'escorre' para o Tejo.
Um pouco mais a este, à cota 202 metros, o Alto do Vale de Colmeia
s e a sul a Cabroeira
. Estamos agora de novo a caminhar na direção da Nacional 118 para passar pelas Hortas Velhas
. Um pouco a nascente deste sítio, eis a Degracia Cimeira
e logo a seguir a Fundeira
.
Vamos avançar de novo para o Tejo para apreciar o monte onde se sitia o marco geodésico do Barranco
(277 metros), logo a seguir do Vale da Grade
, Vale da Cruz
e o Alto do Carramoio
, este último já a espreitar o rio, tal como o Vale da Cruz
e o Vale das Cerejeiras
.
Voltando a caminhar para Sul, que o caminho para o rio é agreste, e subindo para montante da Ribeira da Alferreireira
, vamos dar conta também do lugar do Outeiro Pelado
, do Alto do Vale Couvo
, do Vale da Azenha
e da Junta dos Ribeiros
(agora já quase na Atalaia).
Nomes alguns fáceis de "desmontar", como o da Quinta do Carvalhal, as Hortas Velhas ou o Vale da Azenha, outros nem por isso, como a Quinta da Couca ou o alto do Carramoio. Mas todos nomes com marcas de uma história longa e rica.

O Museu de Arte e Atrelagem , apresentado pela primeira vez no dia 25 de abril de 2025, foi reinaugurado no passado dia 19 de julho com todas as suas coleções já disponíveis ao público. O momento foi mesmo assinalado com um desfile de hipomóveis , vindos um pouco de todo o país, que percorreu as ruas da vila de Gavião. O novo museu de Gavião, que ocupa as antigas instalações do seminário e o local que foi a casa da família Pequito Rebelo, convida quem ali vai a iniciar a visita pelo quarto piso, onde é possível desfrutar de uma vista panorâmica da vila de Gavião e também do território envolvente. O terceiro piso é dedicado à didática da atrelagem, com painéis a identificarem as viaturas expostas e os seus apetrechos técnicos. No piso dois, para além da exposição de hipomóveis, o visitante pode apreciar a coleção DHD Dorante SL - acessórios ligados à arte equestre e elementos do quotidiano dessas elites, de penicos a estojos de barba - e a coleção Dr. Carlos Vences - com objetos do quotidiano e de devoção. Várias personalidades, como seja presidente da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, D. António Mascarenhas, estiveram presentes. José Pio, presidente da Câmara Municipal de Gavião, fez o discurso de abertura, na presença também do presidente da União das Freguesias de Gavião e Atalaia, Germano Porfírio. O museu é um projeto que tem a autoria do arquiteto porlegrense Carrilho da Graça e terá entradas gratuitas até ao final de julho, passando depois as entradas a ter um custo de 4 euros.